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Entre bananas, mercadores, asnos e contradições

Entre bananas, mercadores, asnos e contradições

Em Bananeiras, a suma canalhice se apoia em radical ignorância satisfeita de si para equacionar contradições insanáveis a um olhar minimamente atento – e honesto: lá se admite que se pratique a corrupção ao argumento de que se combate a corrupção. Noutras palavras, em Bananeiras, se admite que guardiões da lei violem a lei ao pretexto de que a resguardam. Lá o imundo se autoriza a perseguir o mal lavado. É como se alguém, responsável por evitar estupros, venha a praticá-los reiteradamente enquanto diz que os previne e pune. Na metáfora, a estuprada é a lei, diga-se, com requintes de crueldade e cinismo, justamente porque quem a estupra deveria protegê-la em primeiro lugar.
E chega dessa lógica aflitiva, de exemplos claros… A coerência não é questão relevante e a cegueira é deliberada. Afinal, embora sejam muitos os bananas negociáveis no lombo de asnos puxados por ávidos mercadores, Bananeiras nem existe.

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