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Crontos, cônicas e afins

Crontos, cônicas e afins

Zé, o mais novo sobrinho do Tio Sam[1]             José João da Silva – ou apenas Zé, para a maioria dos que o conheciam – era daqueles típicos brasileiros, o ilustre desconhecido, figurante no filme da história nacional. Tinha apenas o 2º grau e em sua carteira de trabalho constava

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Crontos, cônicas e afinsGeral

O testemunho – Ajeita a luz, Silveira. Isso… Pronto! Testemunho 22, take 1. Gravando. – Sim, meu nome é Mário de Souza Bittencourt, ex-ator de televisão. Tenho 26 anos. É… eu atuei naquela novela, sim. Falar sobre minha vida? Desde pequeno tenho manias, vícios. Lembro-me quando ficava o dia inteiro

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O Time do Bairro[1] Quinique, eu, Valtinho, Pirica, Juninho e Dedé. No banco, Gaia, Cesário e Vovô. Esse era o escrete que defendia as cores de um pequeno bairro, erguido para abrigar os operários de uma siderúrgica francesa que se instalou na primeira metade do século passado em uma cidade

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As telas, a liberdade e o medo Nascido em 1979, sou daqueles que tiveram o privilégio de crescer nas ruas, entre brincadeiras entremeadas por algumas trocas de sopapos, dentre outras coisas nem tão saudáveis, talvez até um pouco violentas. Mas o privilégio e as aventuras não terminam por aí. Essas

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A Fuga Caí num monte de lixo, era noite, um gato passou por cima de mim, arranhando meu rosto, um gosto ferruginoso enchia minha boca, cuspi, faltava um incisivo, os tornozelos formigavam e os pulsos ardiam nos pontos em que estavam vermelhos pela marca das cordas. Não dava tempo. Ouvi

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Praça Sete, região central de Belo Horizonte, 9:00 horas. Dirijo-me para o serviço enquanto converso ao celular. O burburinho é ensurdecedor. – Marque a reunião para as onze… Uma buzina prolongada. – Hein, Marcelo? Não escutei, me desculpe… Eu… Freada brusca. – Hein? É… eu tô no Centro… Sei… Sei…

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F.D.P.[1] Já podia ouvir o barulho das sirenes que se aproximavam do pé do morro. F.D.P. passou a mão na barriga e percebeu que o sangue não parou de descer. Não dava mais para correr, sentia-se cansado. Só podia ficar ali, sentado no canto escuro do Beco da Saudade, que

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Aposentadoria[1]                     Raimundo Pereira da Silva é mais um dos rostos na multidão que habita uma das capitais de um grande estado que faz parte de um grande país.             Todos os dias, Raimundo acordava às cinco e meia da manhã, pegava o metrô e mais um ônibus, chegando à

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Gente Podre[1] Domingos Barroso da Costa – Gente podre… Sartre tinha razão!             Com essa frase, Ricardo Augusto II começava a subir a ladeira que levava ao cemitério da Boa Morte.             De dentro da limousine funerária, olhava com expressão de nojo para as pessoas que, apenas por aquele momento

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Moto-contínuo[1] Na grande cidade pós-moderna, o progresso um dia cultuado se traveste de barbárie. Nela jaz o sonho de felicidade fragmentado em rápidos prazeres. A produção se aliena no consumo, num movimento intenso e ininterrupto que não permite que o presente aceda ao futuro. Um perene agora de necessidades insatisfeitas

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