Entrevistas

Entrevista com Leonardo Gontijo

Segunda-feira, dia 19 de setembro de 2011, a partir das 19:30, na Casa Una de Cultura, Rua Aimorés, 1.451 – Lourdes, será lançado o livro Mano Down: Relatos de um irmão apaixonado, publicado pela Editora São Jerônimo. A obra trás uma história de amor entre dois irmãos especiais: Eduardo (Du) e Leonardo Gontijo. O primeiro portador da Síndrome de Down, o segundo o narrador que nos envolve nessa bela declaração de amor e amizade.

Abaixo entrevista com o autor.

OS IMPUBLICÁVEIS. O que te motivou a relatar em um livro a história do seu irmão?

LEONARDO GONTIJO. Olá, como descrevi no livro há algum tempo pensava em escrever contando a nossa história. Adiei algumas vezes, porém chega um momento em que os pensamentos parecem querer saltar, as ideias ficam pequenas apenas na lembrança e é preciso tomar forma em texto para que todos conheçam a paixão que nos une. A motivação veio do simples fato da existência do Eduardo. É tanto amor que não estava cabendo dentro de mim apenas.

 Tangencialmente a motivação do relato veio como uma forma de divulgar o trabalho e a superação das PSD, além de ser uma das formas que encontrei para abordar o tema com ele, uma vez que, temos dificuldade em explicar para ele suas limitações. Espero que estas motivações após a publicação seja o carro chefe do projeto e que ele seja o protagonista para inspirar outras famílias.

OS IMPUBLICÁVEIS. Embora a Síndrome de Down permeie todo o livro, no decorrer da leitura ela acaba por se tornar apenas um detalhe, ao considerar os dons artísticos e a vida ativa que o Dudu leva. Você concorda com essa análise?

LEONARDO GONTIJO. Concordo sim. A ideia inicial do livro era contar apenas nossa história, porém no decorrer da confecção pensei que poderia atingir um público mais amplo à medida que inserisse informações científicas sobre a síndrome de Down. De toda forma não tinha como o pano de fundo da vida dele não se destacar.

OS IMPUBLICÁVEIS. O livro tem um caráter colaborativo, com depoimentos de amigos e familiares. A decisão por envolver várias pessoas no processo criativo da obra tem a ver relações afetivas do Dudu ou foi apenas um recurso literário?

LEONARDO GONTIJO. Para ser sincero entendo muito pouco sobre literatura e seus recursos. A inserção dos depoimentos foi tentar ilustrar situações descritas no livro. Ao mesmo tempo foi uma forma que encontrei de abrir espaços para pessoas e profissionais que muito contribuíram para a trajetória do Dudu até o momento demonstrarem sua visão a respeito dele e da síndrome.

Interessante que em quase todos os depoimentos percebemos o quanto aprendemos com ele e isso apenas comprovou o que sempre dizia ele é um ser humano verdadeiramente humano; um professor da vida.

OS IMPUBLICÁVEIS. Você acredita que livro desempenhe uma função social ao tratar da Síndrome de Down?

LEONARDO GONTIJO. Penso que indiretamente sim. Porém acho que não sou um especialista no tema a ponto de descrever com qualidade todas as nuances da Síndrome. Vamos aguardar o retorno dos leitores e se desempeharmos esta função ficarei muito honrado. Confesso que me esforcei para passar o máximo de informações científicas possíveis, entretanto, o amor que nos une  é maior que todo este esforço.

Em primeira mão e para atingir esta função social já estamos formatando a continuidade do blog após o lançamento e estou fechando uma parceria com uma psicóloga especialista no tema que irá nos ajudar tecnicamente com a desmistificação de alguns temas e complementar os posts e respostas que recebemos com um tom mais didático e embasado na ciência.

OS IMPUBLICÁVEIS. O que o Dudu está achando de se tornar o personagem principal de um livro?

LEONARDO GONTIJO. Ele esta radiando de felicidade e nossa relação nestes últimos dias esta cada dia mais forte e intensa. Ele sonha em ver o trabalho artístico e musical dele ser reconhecido e se dedica muito para isso.

Acho que já atingi um dos grandes objetivos do projeto  que é mostrá-lo que ele tem algumas limitações e que nem por isso ele é pior que alguém .

Muito obrigado pelo espaço.

Previous post

Mata Capeta

Next post

Feliz dia da árvore