Poema da vingança
Porei para fora todos os meus demônios,
Devolvendo-te as indelicadezas desnecessárias.
Num vacilo de tuas pérfidas investidas
Terás a minha falsa súplica,
Meu impotente remorso,
O beijo reprimido
E o indulto que não pediste.
–
Porei para fora toda a minha mágoa
E farei de tua vida um inferno.
Num descuido de tua maldade,
Semearei a dúvida
Para que brote a discórdia
E então, te ensinarei o perdão.
–
Porei inimizade entre ti e o teu novo amor
E me verás o contrário do que sou.
Iludido pela distância que se faz,
Quando já esquecidos
Os golpes que nos desferimos,
Tentarás pela última vez…
–
Sem saber que:
És de mim o pedaço mais triste,
Mas que insisto amar.
Robert de Andrade