Robert de Andrade

Doce pornografia

 

O caso Carolina Dieckmann é um bom exemplo para se pensar o limite tênue que há entre pornografia e sensualidade. A primeira palavra provém dos vocábulos gregos “pornos” (prostituta) e “graphô” (escrever, gravar), que pode ser entendido como coleção de gravuras ou pinturas obscenas, carácter obsceno de uma publicação, passando também a ideia de devassidão. Já o sensual vem do Latim “sensualis”, (o que sente, o que apresenta sensibilidade), de “sensos”, (sentido, capacidade de percepção).

Vi, como milhares de internautas, as fotos da atriz que estão circulando pela internet. Não há nada mais, na maioria delas Dieckmann faz posses sensuais, porém não há nenhum aparato com o intuito de torná-la perfeita, como ocorre nas revistas do gênero. É possível notar marcas em sua pela, como estrias e algumas manchas mínimas, o que, convenhamos, é quase unânime entre os mortais.

As fotos têm sim, muita sensualidade. No entanto, não há negar o seu caráter pornográfico. Não pelo fato de sua intimidade ter sido devassada, mas por, no sentido estético, as imagens fugirem do padrão estabelecido pela indústria da beleza artificial.

Sem recursos como o Photoshop, iluminação e maquiagem Carolina Dieckmann acabou por se revelar mais comum do que ela mesmo se imaginava.

Robert de Andrade

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