Fábio Almeida

Hortifrutigranjeiro

 
  Perdoem-me, mas alguns leitores devem ficar decepcionados com o teor desse texto, porque o texto não tem nada a ver com o título. “Crônica de uma morte anunciada”, taí, todos já sabem, logo no começo, que o título não se trata do assunto. Tem a ver com algo que uma amiga disse-me há poucos dias. Ela falou que não se lembrava de mais nada do que aprendeu na escola, nos tempos de ginásio. Não se lembrava mais de nem uma fórmula de física ou química, que não se lembrava nada de ciências e geografia. Tampouco saberia calcular uma raíz quadrada, nem dizer as regras da gramática e conjugação de verbos.
  Fiquei pensando por um tempo, depois, tive uma luz e falei para ela:
  _Criança esperança, tudo aquilo que aprendemos na escola, nos cursos básicos, são como aqueles materiais “brutos” de uma obra: pedra, cascalho, brita, areia, cimento… Eles são a base de tudo, fundamentais para construção de uma casa. Depois de misturados e a casa construída, ninguém os vê mais e nem se dão conta que estão alí. Só apreciam a construção pronta, seu acabamento. Mas eles continuam ali, sustentando, fazendo real a casa.
  Assim são os conteúdos que aprendemos nos primeiros anos escolares, eles também se transformam, e não se iluda se dão a impressão que não sabemos mais deles com o passar do tempo. São eles que nos dão a estrutura, são eles que nos transformam em quem somos, passado o período de aprendizado. E é fácil de identificá-los nas pessoas, basta olhar para elas e já sabemos como foi absolvido a “materia bruta”, os conteúdos básicos do ensino fundamental: às vezes pela profissão… às vezes pelo modo de agir… às vezes pelo modo de se expressar…
  Disse ainda para minha amiga:
  _ Olhe você, uma ótima profissional, muito competente. Se não fosse os “onitorrincos”… se não fosse os “ascaris lumbricoides”… os “tenias solitárias”… o “pi= 3,14″… os “tiranossauro-rex”… se não fosse aqueles nomes científicos das plantas, aquelas formulas mirabolantes de física, e as mais complicadas ainda de quimica… você ainda seria um ser humano maravilhoso, mas não tenha dúvida, você seria uma pessoa muito mais pobre. Tudo aquilo é fundamental para entendermos melhor as coisas e desenvolvermos o raciocínio lógico. Pode ter certeza!
  Daí, lembrei-me  do hortifrutigranjeiro, essa palavra que nunca consegui usar de forma funcional em minha vida, mas que estou aproveitando agora, para falar da importância de tudo que aprendí na escola. Afinal, já dizia uma velha frase impressa na minha pasta de colégio:
  _ O saber não ocupa espaço.
 
 
  Ah! hortifrutigranjeiro, são pequenos, médios ou grandes produtores/agricultores de verduras, legumes, hortaliças, frutas… que ainda conseguem um tempinho para criar alguns animais…….  yees!
Fábio Almeida
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