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Barroso da Costa

Barroso da Costa

– Gente podre. Sartre tinha razão… Com essa frase, Ricardo Augusto II começava a subir a ladeira que levava ao cemitério da Boa Morte. De dentro da limousine funerária, olhava com expressão de nojo para as pessoas que, apenas por aquele momento ou rotineiramente, habitavam o cenário de casas humildes,

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Já podia ouvir o barulho das sirenes que se aproximavam do pé do morro. F.D.P. passou a mão na barriga e percebeu que o sangue não havia parado de descer. Não dava mais para correr, sentia-se cansado. Só podia ficar ali, sentado no canto escuro daquele beco, um dos pontos

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Fumei o último cigarro do maço, tombei o porta-retratos e entrei no chuveiro. A água fria escorria e levava consigo um pouco dos restos de uma noite em claro. Já fazia um ano… Entrei no terno, depois no carro e segui para a DEPOL. Eram apenas sete da manhã. O

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Tudo havia começado logo pela manhã, enquanto tomava meu café. Sentia-me meio estranho e, mal levei a xícara à boca, veio uma pontada pouco abaixo das costelas. A dor foi tão aguda que me enverguei, colocando a mão onde eu imaginava ter-se dado a estocada. A xícara quase me escapou.

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Dentre todas as tristes heranças que a censura deixou a nós brasileiros, creio que a pior delas tenha sido o salvo-conduto para a putaria explícita que hoje se lê e assiste, promovida – no sentido mais promovedor da palavra – por grande parte da imprensa, principalmente a televisiva. Diz-se putaria,

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O Ivan Lins tem uma música que, à primeira vista, não apresenta nada de especial, mas que me toca de uma forma diferente. Não sei exatamente se pelo casamento do início da letra com a evolução melódica, mas sei que esta união harmônica me traz uma esperança de chuva, de

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– Boa noite, doutor! O Dr. Pedro Salles mal pôde ouvir o cumprimento de Quirino, porteiro do Pronto Socorro, naquela quarta-feira, sete horas da noite, devido ao tumulto causado pela chegada de seis feridos a bala, trazidos pela própria polícia. Foi difícil atravessar aquela turba, que incluía repórteres e familiares.

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Como muitos sabem, é nossa capacidade de esquecer que nos permite sair do presente, revisitar o passado e nos projetarmos no futuro. É esse potencial de esquecimento, de criar uma falta no espaço do imediato, portanto, que nos torna humanos, sendo inerente à concepção do que é humano a capacidade

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– Ajeita a luz, Silveira. Isso… Pronto! Testemunho 22, take 1. Gravando. – Sim, meu nome é Mário de Souza Bittencourt, ex-ator de televisão. Tenho 26 anos. É… eu atuei naquela novela, sim. Falar sobre minha vida? Desde pequeno tenho manias, vícios. Lembro-me de quando ficava o dia inteiro trocando

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Outro dia vi a propaganda de um filme brasileiro, com o José Wilker, intitulado “O Maior Amor do Mundo”. Parecia tratar do amor de um senhor por uma moça, no frescor e rigidez de seus vinte e poucos anos… Não sei, não assisti ao filme, mas a poética obviedade do

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