TRIVIALIDADES
– Boa noite, doutor! Mal o Dr. Pedro Salles pôde ouvir o cumprimento de Quirino, o porteiro do Pronto Socorro, naquela quarta-feira, sete horas da noite, devido ao tumulto causado pela chegada de seis feridos à bala, trazidos pela própria polícia. Foi difícil atravessar aquela turba, que incluía
DESCRIMINALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE ENTORPECENTES: NÃO SERIA ESTE O CAMINHO?
Ainda que na realidade de nosso país a resposta seja negativa, devido aos problemas estruturais que assolam o Brasil, observa-se que a indagação sugerida no título deste artigo afigura-se obrigatória a todos aqueles que, de qualquer forma, estejam envolvidos com as ciências penais. Num contexto social conturbado, em que o
OMISSÕES CRIMINOSAS
*A redução da maioridade penal em seu reverso “À medida que as gerações passam, vão-se tornando piores. Tempo virá em que se mostrarão tão perversas que passarão a adorar o poder; o poder será para elas o direito, e a reverência ao bem deixará de existir. Finalmente, quando nenhum homem
A FÁBULA COMO ELA É
Era uma vez, num lugar não muito distante, uma nação formada somente por crianças. Nesta creche, digo, neste país, uma coisa chamava a atenção: enquanto poucas crianças possuíam muitos brinquedos, fraldas e bicos, a maioria não tinha nada com que brincar ou satisfazer seus desejos mais básicos. Assim, com o
Saudade
E eis que o tempo se embaralha e sobe aos olhos a água de uma chuva que um dia molhou negros cabelos. O pescoço enrijece e a boca se contorce com o amargor de um adeus, intempestivo então, mas que agora pode transmutar-se em terno sorriso de olhar perdido em
gente podre
– Gente podre. Sartre tinha razão… Com essa frase, Ricardo Augusto II começava a subir a ladeira que levava ao cemitério da Boa Morte. De dentro da limousine funerária, olhava com expressão de nojo para as pessoas que, apenas por aquele momento ou rotineiramente, habitavam o cenário de casas humildes,
F.D.P
Já podia ouvir o barulho das sirenes que se aproximavam do pé do morro. F.D.P. passou a mão na barriga e percebeu que o sangue não havia parado de descer. Não dava mais para correr, sentia-se cansado. Só podia ficar ali, sentado no canto escuro daquele beco, um dos pontos
o biscoito
Fumei o último cigarro do maço, tombei o porta-retratos e entrei no chuveiro. A água fria escorria e levava consigo um pouco dos restos de uma noite em claro. Já fazia um ano… Entrei no terno, depois no carro e segui para a DEPOL. Eram apenas sete da manhã. O
socorro, eu não estou sentindo nada
Tudo havia começado logo pela manhã, enquanto tomava meu café. Sentia-me meio estranho e, mal levei a xícara à boca, veio uma pontada pouco abaixo das costelas. A dor foi tão aguda que me enverguei, colocando a mão onde eu imaginava ter-se dado a estocada. A xícara quase me escapou.
A DITADURA DA IMPRENSA – Breves Considerações acerca da Espetacularização da Cômica Miséria Humana
Dentre todas as tristes heranças que a censura deixou a nós brasileiros, creio que a pior delas tenha sido o salvo-conduto para a putaria explícita que hoje se lê e assiste, promovida – no sentido mais promovedor da palavra – por grande parte da imprensa, principalmente a televisiva. Diz-se putaria,