Colunistas

Segunda-feira
Segunda-feira Segunda-feira é sempre uma merda Mesmo que eu fique rico Que me apaixone Que seja promovido. Segunda-feira será sempre uma merda Mesmo que tudo dê certo Que me cure das moléstias Que seja absolvido. Segunda-feira será sempre uma merda Mesmo que o meu time vença Que meu projeto seja

Sem lastro
Vivemos num tempo em que defender o coletivo se tornou coisa de comunista. A carapuça de comunista não me pesa, pois defender o bem comum é só uma questão de sensatez, o mesmo valendo para os direitos humanos, dos quais faço uso e prezo. Tenho uma queda pelos espaços públicos

Desconhecer Uberlândia
Depois de dois dias de trabalho em Catalão, no Estado de Goiás, segui para Uberlândia, onde passaria a noite e embarcaria no primeiro voo para Belo Horizonte, no dia seguinte, às 14:40. Fiquei em um Hotel no Bairro Santa Mônica, bem perto do centro, da prefeitura e do “shopping” como

Os ruídos do movimento
Na época de escola, aluno da sétima série do Colégio Flávio dos Santos, situado no cruzamento da Rua Jacuí com Avenida Cristiano Machado, uma das mais movimentadas de Belo Horizonte, participei pela primeira vez de uma manifestação. Mais tarde acabei me embrenhando no movimento estudantil da UBES. Uma colega tinha

Trilha sonora de um livro impublicável
O segundo livro da trilogia “A natureza dos seres inconsistentes” intitulado “Gafanhotos Infernais”, do autor Robert de Andrade – apesar de ainda não ter sido publicado –, acaba de ganhar uma play list de sua trilha sonora. O romance conta a história de um obcecado escritor, cujo passado mal resolvido

Doce descompasso
Vou viver o meu tempo Correr, só por esporte Levar a pressa a passos lentos Infringir o relógio alheio. Vou fugir do prazo Sofrer, só por acaso Vencer o tédio na teimosia Partir minha preguiça ao meio. Quero ver o mato crescer Ler Proust enquanto aguardo a minha vez Marcar compromissos

Há algo estranho no céu de Brasília
À noite, na calçada em frente ao Hotel, acendo um cigarro. Aqui não se pode fumar em nenhum lugar, nem no quarto. A área do fumante é a rua. Uma moça muito magra, maltrapilha e provavelmente viciada em crack se aproxima e me pede um cigarro. Depois de entregar-lhe o

Editorial: O apocalipse impublicável
A última edição da revista impressa Os impublicáveis, atendendo a sua inconstante periodicidade, foi lançada em abril de 2013. Esse número trouxe como principal temática a mídia e seu editorial alertava para o fato de que somos, ainda, incapazes de transformar sujeitos inanes em ativistas ferozes, desses que encontramos diariamente escondidos

Cobra Venenosa
Deixa sangrar E só estanque quando o veneno sair Se eu delirar Me vê logo um trago mais forte Feito garrafada do norte Pra levantar o que sobrou de mim Cobra venenosa Mas o caminho fui eu que escolhi Quando sarar Tomo cuidado ao passar por aqui Deixa

Apartar
– E agora, nego, quem será o meu parceiro, Meu contraponto, meu fiel escudeiro? Me diga, mano Porque partiu na contramão, Deixando a mãe, o pai, o filho e eu, irmão? – É… meu preto, ele partiu pra nunca mais voltar Estava tão lindo antes do baile De boné