Tear
Diante de seus abismos de dentro, agarra-te ao que lhe é outro; recorre aos fios da palavra e tece suas tramas, à frente a esperança e, sob a corda em que te equilibras, o poço de águas paradas, que é túmulo de Narciso e casa de sereias amaldiçoadas a um
Gente Podre
Gente Podre[1] Domingos Barroso da Costa – Gente podre… Sartre tinha razão! Com essa frase, Ricardo Augusto II começava a subir a ladeira que levava ao cemitério da Boa Morte. De dentro da limousine funerária, olhava com expressão de nojo para as pessoas que, apenas por aquele momento
Moto-contínuo
Moto-contínuo[1] Na grande cidade pós-moderna, o progresso um dia cultuado se traveste de barbárie. Nela jaz o sonho de felicidade fragmentado em rápidos prazeres. A produção se aliena no consumo, num movimento intenso e ininterrupto que não permite que o presente aceda ao futuro. Um perene agora de necessidades insatisfeitas
Abaixo o Photoshop!
Abaixo o Photoshop![1] Como nunca, a passagem dos anos tem afligido as pessoas, que fazem de tudo para se livrar de suas rugas, de alguns quilos que consideram a mais ou de qualquer coisa que as faça lembrar que, dia após dia, estão envelhecendo. As cirurgias plásticas nunca estiveram tão
O Jogo dos Ratos
De uma parceria criativa entre Robert de Andrade e Sanzio Marden nasceu a história em quadrinhos “O jogo dos ratos” Clique aqui e confira.
Os ruídos do movimento
Na época de escola, aluno da sétima série do Colégio Flávio dos Santos, situado no cruzamento da Rua Jacuí com Avenida Cristiano Machado, uma das mais movimentadas de Belo Horizonte, participei pela primeira vez de uma manifestação. Mais tarde acabei me embrenhando no movimento estudantil da UBES. Uma colega tinha
Trilha sonora de um livro impublicável
O segundo livro da trilogia “A natureza dos seres inconsistentes” intitulado “Gafanhotos Infernais”, do autor Robert de Andrade – apesar de ainda não ter sido publicado –, acaba de ganhar uma play list de sua trilha sonora. O romance conta a história de um obcecado escritor, cujo passado mal resolvido
Doce descompasso
Vou viver o meu tempo Correr, só por esporte Levar a pressa a passos lentos Infringir o relógio alheio. Vou fugir do prazo Sofrer, só por acaso Vencer o tédio na teimosia Partir minha preguiça ao meio. Quero ver o mato crescer Ler Proust enquanto aguardo a minha vez Marcar compromissos