Pink Flamingos: nem pense em achar esse título singelo
Um amigo me disse que a cena mais bizarra de Pink Flamingos “é aquela transa no meio das galinhas”. Minha mulher diz que a transa bestial não é nada perto da “dança do cu”. O vendedor de ovos, o aniversário de Divine, a antropofagia grupal… Não adianta tentar encontrar a
Os invisíveis
A matéria do sonho pode ser sentida, tocada ou até mesmo trazida para nossa suposta realidade. No entanto, o domínio sobre este campo da abstração requer uma longa jornada; deve-se ter uma vida miserável ou, no mínimo, monótona, a ponto de rejeitar a vida repetitiva que incide sobre nós quando
O testemunho
– Ajeita a luz, Silveira. Isso… Pronto! Testemunho 22, take 1. Gravando. – Sim, meu nome é Mário de Souza Bittencourt, ex-ator de televisão. Tenho 26 anos. É… eu atuei naquela novela, sim. Falar sobre minha vida? Desde pequeno tenho manias, vícios. Lembro-me de quando ficava o dia inteiro trocando
O maior amor do mundo
Outro dia vi a propaganda de um filme brasileiro, com o José Wilker, intitulado “O Maior Amor do Mundo”. Parecia tratar do amor de um senhor por uma moça, no frescor e rigidez de seus vinte e poucos anos… Não sei, não assisti ao filme, mas a poética obviedade do
Impublicáveis
Tudo que é bom é imoral, é ilegal e impublicável. É verdade que se trata de um trocadilho salafrário com o nome desta revista, e o refrão de uma musiquinha yê yê yê, mas não poderíamos nos esquivar de falar nestas toscas páginas de vetos e censuras. Não é necessário
Forte e rasteiro
Reza a lenda que um treinador de futebol havia dito aos seus jogadores: _ Pênalti se bate assim: forte, rasteiro, no canto que o goleiro não tá! Tão óbvio que até hoje não sei por que os jogadores insistem em perder pênaltis. Agora, nos “tempos modernos”, recebo inúmeros e-mails com lições maravilhosas
Nossa expulsão do paraíso
Embora não seja especialista na matéria, uma das coisas mais interessantes sobre as quais a Psicanálise me fez pensar diz respeito à nossa expulsão do Paraíso. Isto mesmo. Sobre aquele lance de comer a maçã proibida e, a partir de então, ter vergonha de nossos corpos nus, ter de trabalhar
Marcelo Tannure
Marcelo Tannure é mineiro, nascido em Belo Horizonte. Graduado em Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas pela Newton Paiva, atua como professor de Computação Gráfica, sendo free lancer nas áreas de animação, cinema e produção de games. Além de “Lumis, O Vagalume”, “Os Pregos” e a “Lagarta Largada”, Tannure
Crime e castigo
Minha mãe, com seus quase oitenta anos, exerce a função de dona-de-casa há quase este mesmo tempo. Talvez por isso e pelo passar dos anos, já não faz mais distinção de muitas coisas que geralmente nós achamos importantes. Noutro dia, meu irmão ganhou de um de seus clientes um “kit”
Corno, porém honrado
“Chifre é igual a consórcio, mais cedo ou mais tarde você acaba contemplado”. Sabedoria Popular Pronto. Virou moda. Primeiro, foram as mães histéricas que, imitando aquela que jogou um recém-nascido na Lagoa da Pampulha, passaram a abandonar seus filhos nos lugares mais inusitados, numa onda quase conversiva. Agora, o mais