Crontos, cônicas e afins

Praça Sete, região central de Belo Horizonte, 9:00 horas. Dirijo-me para o serviço enquanto converso ao celular. O burburinho é ensurdecedor. – Marque a reunião para as onze… Uma buzina prolongada. – Hein, Marcelo? Não escutei, me desculpe… Eu… Freada brusca. – Hein? É… eu tô no Centro… Sei… Sei…

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Relicário

“Tem dois inimigos: o primeiro ameaça-o por trás, desde as origens; o segundo fecha-lhe o caminho para diante. Luta contra ambos. Na realidade, o primeiro apóia-o em sua luta contra o segundo, quer impeli-lo para diante e da mesma maneira o segundo o apóia em sua luta contra o primeiro,

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Crontos, cônicas e afins

F.D.P.[1] Já podia ouvir o barulho das sirenes que se aproximavam do pé do morro. F.D.P. passou a mão na barriga e percebeu que o sangue não parou de descer. Não dava mais para correr, sentia-se cansado. Só podia ficar ali, sentado no canto escuro do Beco da Saudade, que

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Crontos, cônicas e afins

Aposentadoria[1]                     Raimundo Pereira da Silva é mais um dos rostos na multidão que habita uma das capitais de um grande estado que faz parte de um grande país.             Todos os dias, Raimundo acordava às cinco e meia da manhã, pegava o metrô e mais um ônibus, chegando à

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(des)levezas

Donos do poder, manipuladores de sentidos e usurpadores de realidade: o Brasil através do espelho[1] Nada mais humano que a palavra, justamente o fio com que nos orientamos no mundo ao tecermos uma realidade apartada da natureza. Noutros termos, se a consciência de nossa existência nos libertou de um eterno

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(des)levezas

Dos limites do direito e sobre como gostamos de ser enganados[1] Tratando de alguns vezos do legislador penal latino-americano, em seu “Em busca das penas perdidas”, Zaffaroni o equipara ao caçador paleolítico, que espera capturar sua presa assim que a desenha na parede de sua caverna[i]. A analogia é excelente,

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(des)levezas

De vinganças públicas e justiças privadas: o fetiche punitivista e o colapso do estado de direito[1] O estado de incerteza e insegurança causado pelo atual cenário político, econômico e social permitem dizer que a democracia brasileira talvez enfrente sua pior crise desde a promulgação da Constituição de 1988. Os tempos

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(des)levezas

Nossa expulsão do paraíso[1] Uma das coisas mais interessantes sobre as quais a Psicanálise me fez pensar diz respeito à nossa expulsão do Paraíso. Isso mesmo. Sobre aquele lance de comer a maçã proibida e, a partir de então, ter vergonha de nossos corpos nus, ter de trabalhar para comer,

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(des)levezas

Seres à beira do abismo[1] “Já perscrutamos bastante as profundezas dessa consciência e é chegado o momento de continuarmos a examiná-la. Não o fazemos sem emoção ou estremecimento. Nada existe mais terrível que esse tipo de contemplação. Os olhos do espírito não podem encontrar em nenhum lugar nada mais ofuscante,

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Misérias poéticas de madrugadas insones

Nada Isso que me faz desejar tudo Menos o nada Nada que já tenho fundo E, se tudo tivesse, Nada desejaria Não seria Esse tudo ou nada – a ter Esse nada e tudo – a desejar.

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