(des)levezas

Terríveis, torpes e intermináveis trevas

Terríveis, torpes e intermináveis trevas

Não bastasse o extremo pesar diante da perda de uma das vozes que bravamente clamavam por luz neste país – no que registramos nossa homenagem ao grande Paulo Henrique Amorim -, ainda temos de lidar com proféticos atos falhos de um mi(n)to terrível e decrépito, representação máxima de uma estupidez orgulhosa de si, cruzamento de burro com Tânatos.Imersos na terrível sombra fascista, terrificados ante as ameaças ultraliberais, terrivelmente destroçados pelo desemprego e desamparo que nem bilhões de emendas seriam capazes de consertar, petrificados frente ao terror de um ódio desavergonhado, somos, ainda, obrigados a lidar com a sinceridade inconsciente do oligofrênico-mor da nação, ao antecipar a indicação de um ministro “terrivelmente evangélico” para nossa Corte Suprema.A expressão, que deveria ser ostensivamente contraditória, ganha ares de terrificante verdade consumada neste Brasil psicotizado e pouco evangelizado em que o cristianismo é pecaminosamente empregado para camuflar os mais diversos ódios, violências e intolerâncias, o que não é novidade na História, o passado sendo pródigo em demonstrar que muitas barbáries foram praticadas em nome de religiões.Como é do gosto dos fanáticos, então, ouçamos a verdade inconsciente que escapou sob a forma de ato falho como verdadeira profecia ameaçadora: se a récua não acabar com o país, o rebanho de lobos poderá fazê-lo.

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