Misérias poéticas de madrugadas insones

Clarobscuressência

Clarobscuressência

Se há luz, há sombra

e só onde houver sombra, me crio

sujeito que sou

pendendo entre a luz, que revela

e a escuridão, que me vela

abrigando, em interditos, não-ditos

para que apareçam meus ditos

Mal ditos, sempre serão!

Porque não há palavra bem dita

e é só neste entre-ditos que sou

sujeito de mudez loquaz,

voraz

de escuridade e claridão,

pulsão,

voltado à luz,

fugaz,

afeiçoado à obscuridade,

tesão.

Previous post

Entre bananas, mercadores, asnos e contradições

Next post

Age, um Estado criminoso, em nome da Justiça?